Autor experiente e sempre trabalhando de forma independente, Altair Poeta começou sua carreira no mercado literário há duas décadas. Escreveu livros de poesia, participou de antologias, venceu prêmios no Mato Grosso do Sul e vendeu mais de 40 mil exemplares de suas obras.
Esse caminho pela literatura teve um ponto de partida: o projeto cultural Poesia na Escola, que ocorreu durante o início dos anos 2000 e incentivava o contato dos jovens com a criação poética. Era uma forma de os adolescentes conhecerem a si mesmos e compreenderem seus próprios sentimentos através da escrita.
Duas décadas depois, seu compromisso continua: agora, com o lançamento Efeito Paradigma, ele propõe aos leitores um período de reflexão e autoconhecimento. A partir da história da protagonista Melanie Parker, uma estudante de astrofísica que descobre o poder dos condicionamentos mentais, ele mostra através de inúmeros exemplos como os paradigmas controlam a existência humana e impedem as pessoas de obterem melhores resultados em suas próprias vidas.
Na entrevista exclusiva abaixo, o autor dá detalhes sobre o novo livro, aborda o projeto de incentivo à leitura e traça planos para o futuro. Leia:
1 – Você é poeta há décadas, mas “Efeito Paradigma” é sua estreia na prosa. Por que você decidiu enveredar pelo caminho da prosa neste lançamento?
A.P.: Eu já fiz um trabalho muito grande com poesia através do projeto “Poesia na Escola”, da publicação de diversos livros e de atividades culturais afins. Então a ideia é exatamente quebrar este paradigma de escrever em um único gênero e se desafiar em algo novo. Como o tema “autoconhecimento e desenvolvimento pessoal” é algo que estimula o indivíduo a se desafiar, eu decidi escrever sobre isso. Acredito muito na força da motivação e do conhecimento para que as pessoas possam alcançar melhores resultados e serem protagonistas de suas próprias histórias.
2 – O livro mostra a história de uma jovem estudante de astrofísica apaixonada por conteúdos que envolvem a compreensão do ser humano e que começa a ensinar sobre condicionamentos mentais. O que você espera que as pessoas assimilem a partir da leitura da obra? Que mensagem você pretende passar?
A.P.: As ideias movem o mundo, não é? Agora os paradigmas têm o poder de sufocar as ideias e manter as pessoas presas numa gaiola imaginária. Então o objetivo é estimulá-las a se interessar mais por este assunto. A partir do momento em que elas entenderem este conceito, irão perceber o potencial gigantesco que existe dentro de cada ser humano. Por meio deste entendimento, elas poderão fazer o que nunca imaginaram que fossem capazes de fazer. É algo realmente incrível e que, inclusive, deveria ser ensinado nas escolas.
3 – Por uma década, você realizou o projeto cultural “Poesia na Escola”, que leva a produção literária para crianças e adolescentes. Na sua opinião, e a partir da perspectiva de seu trabalho como professor, qual a importância de apresentar a poesia para os jovens brasileiros?
A.P.: A poesia é uma ótima maneira para os jovens e adolescentes exporem seus sentimentos e suas emoções. Ao ler uma poesia em voz alta na sala de aula, por exemplo, o professor desenvolve o sentimento de interação social e bem-estar entre os alunos, servindo de estímulo para se criar o hábito da leitura. Foi isso que fiz por mais de dez anos em escolas de diversas cidades brasileiras. O resultado é encantador.
4 – Devido a essas ações nas escolas, você ficou conhecido como o “poeta dos estudantes”. Por que decidiu alcançar esse público? Como a vida desses jovens podem ser transformadas através da poesia?
A.P.: A minha poesia tem esse viés do romantismo, da paixão e do amor, algo bem próprio da idade de jovens e adolescentes. Eu já escrevia para esse público. Então o que eu fiz foi apenas uma inversão, como eles não conseguiam vir até a mim, eu fui até eles através do projeto “Poesia na Escola”.
5 – De forma independente, você vendeu 45 mil exemplares de livros de poesia, em um mercado de difícil inserção para novos poetas. Na sua visão, existe espaço para a poesia no Brasil? Como encontrar esse público?
A.P.: Existe espaço sim, agora é preciso usar algumas estratégias. Livro de poesia vende pouco em livrarias. Mas se o autor desenvolve um projeto legal pra trabalhar com empresas, prefeituras, ONGs, entre outros segmentos, ele pode conseguir um bom resultado. O leitor gosta desse contato com o autor, receber o livro autografado, tirar fotos e tal. Então o autor tem que pensar nisso e buscar esses nichos.
6 – Você tem projetos literários previstos para o futuro? Se sim, pode falar um pouco sobre eles?
A.P.: Claro. Efeito paradigma é o meu primeiro livro em prosa de uma série. A ideia é publicar mais onze livros dentro deste tema do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. A partir das publicações, quero transformar tudo isso em um programa de palestras. A Melanie Parker é a minha fonte de inspiração. Essa é a ideia. Também existe uma possibilidade de realizarmos o projeto cultural “Poesia na Escola: Nova Fase”. Estamos pensando sobre isso.
Sobre o autor: Altair Ferreira de Souza, mais conhecido como Altair Poeta, é um escritor, poeta, pesquisador independente e futurista. É conhecido popularmente como “poeta dos estudantes”. Idealizador do projeto “Poesia na Escola”, o escritor é autor da série de livros Poesia na Escola I, II, III, IV, V e VI, que entre os anos de 2001 e 2010 alcançou a marca de 45 mil exemplares vendidos, sem a intermediação de editoras ou distribuidora.
Em 2003 venceu a 16ª Noite Nacional da Poesia com poema “A parte cheia do cálice”. No ano de 2011 estreou na literatura infantil com a publicação da coleção “Todo dia é dia de ler – o divertido mundo dos trava-línguas”. Já em 2021 teve um de seus textos publicados no material didático do programa “MS alfabetiza”, lançado pelo governo do estado de Mato Grosso do Sul.
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