Uma ideia que surgiu em uma pesquisa para o especial de TV sobre Dom Quixote. Assim nasceu Eu, Miguel de Cervantes – memórias livro de estreia da escritora e roteirista premiada Maria Gessy Sales.
“Ao ler sobre o autor fiquei fascinada sobre sua vida cheia de lances dramáticos, reviravoltas do destino, paixões intensas, além de uma confiança inabalável no seu talento e da sua obstinação de se tornar um escritor de sucesso”, compartilha.
Antes de lançar seu primeiro livro, Maria Gessy era roteirista e, junto com o amigo Ziraldo, trabalhou no premiado filme “O Menino Maluquinho” e “Uma Professora Muito Maluquinha”. Mais sobre essa parceria e a vida literária da roteirista está na entrevista a seguir.
Como foi seu processo de pesquisa? Quanto tempo levou para escrevê-lo?
Maria Gessy: Iniciei as pesquisas em 2010. Foi um processo muito extenso e demorado. Miguel de Cervantes possui uma das maiores fortunas críticas conhecidas. Li o máximo de estudos sobre sua vida, sobre os personagens históricos com os quais se envolveu e a época histórica que lhe coube viver.
Quais curiosidades sobre o autor de Dom Quixote o leitor encontrará no livro?
M. G.: Cervantes é um típico fidalgo espanhol do século XVI, que muito jovem se envolve num duelo de espada e é obrigado a fugir do país. Surge então um Cervante heroico e aventureiro que luta com bravura na batalha de Lepanto e, prisioneiro dos turcos por 5 anos em Argel, tenta a fuga quatro vezes para libertar a si aos seus companheiros.
Por que entre tantos gêneros decidiu escrever este?
M. G.: Talvez pela minha formação profissional. Como roteirista me especializei em escrever sobre cultura e arte, com ênfase na literatura. Um romance histórico envolve muita pesquisa o que sempre fez parte do meu processo de trabalho e também personagens reais.
Qual é a principal mensagem que a obra traz aos leitores?
M. G.: A de Cervantes como um homem íntegro, audacioso, apaixonado, aventureiro, que nos dá exemplos de grande coragem e heroísmo.
A senhora é uma roteirista premiada e agora pretende apostar na carreira de escritora. Por que decidiu mudar o rumo da carreira?
M. G.: Sempre gostei de exercer minha profissão de roteirista, centrada em temas culturais e literários. Na verdade, só me veio a vontade de escrever um livro porque a vida de Cervantes me fascinou a tal ponto que eu quis repassar diretamente para o maior número possível de pessoas esse meu encantamento.
A senhora foi roteirista, junto com o seu amigo Ziraldo, do premiado filme O Menino Maluquinho e de Uma Professora Muito Maluquinha. Conte um pouco da sua relação com o escritor?
M. G.: Conheci Ziraldo quando ele, junto com outros jornalistas, escritores e artistas gráficos editavam o Pasquim, início da década de 80. Fui pedir autorização para usar uma HQ do seu Pererê para minha segunda série didática de português. Nasceu aí uma amizade e uma parceria profissional que dura até hoje.
Quais são seus próximos projetos literários?
M. G.: O livro já escrito sobre Miguel de Cervantes aborda da infância até o início da maturidade quando se fecha um ciclo de sua vida. Estou escrevendo a continuidade que vai até sua morte. É sobre um Cervantes desiludido com tudo o que havia acreditado até então. Mas, é desse homem cético que nasceu Dom Quixote, como ajuste satírico e bem humorado com suas próprias crenças e vivências do passado.
Sobre a autora: Sobre a autora: Maria Gessy de Sales formou-se em línguas neo-latinas pela PUC/RJ. É roteirista, junto com o amigo Ziraldo, do premiado filme O Menino Maluquinho e Uma Professora Muito Maluquinha. Autora do libreto da Ópera O Menino Maluquinho, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, temporada de 2015. É roteirista premiada de séries de documentários literários e culturais durante mais de três décadas em que atuou com roteirista da TVE/RJ. Atuou como freelance escrevendo documentários para FBL Produções. A série Artistas Plásticos Brasileiros foi transmitida pelo canal Arte 1 e ainda hoje pode ser vista pelo Curta. Nas décadas de 1970 e 1980, escreveu duas coleções de livros didáticos de Língua e Literatura Portuguesa, pelas editoras Brasil e Ática.
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