O professor universitário e mestre em Engenharia Mecânica Alberto Dal Molin Filho publica o quinto livro, Quer ser meu pai?, em que aborda a importância do diálogo para a construção de novos relacionamentos e a manutenção dos já estabelecidos. A trama apresenta os elos da família de Márnei, Ronei e Márcio, unidos ao acaso, além das pequenas vitórias do dia a dia e a busca por razões para viver.
Hoje, com 80 anos bem vividos, Alberto afirma que as decepções e frustrações podem ser tão significativas a ponto de desencadear bloqueios para futuros relacionamentos. Por isso, segundo ele, é necessário ter sempre disposição para formar relações profundas: “em um diálogo, na maioria das vezes, as pessoas com quem conversamos nos dizem o que nós precisamos ouvir.”
Em entrevista, o autor fala do desejo de que os leitores reflitam com a obra, abram o coração e se conectem uns aos outros. Confira:
1 – “Quer ser meu pai?” é um livro sobre como as pessoas devem enfrentar as frustrações e a solidão para terem novas relações. Por que você quis abordar esse assunto?
A.F: Porque essa realidade existe, porém, nem as próprias pessoas que estão nesse estado no presente, nesta maneira de se posicionar em relação a um possível relacionamento, percebem. Isso porque, num determinado momento da vida, as decepções e frustrações foram tão significativas, que desencadearam um bloqueio para futuros relacionamentos.
Para que as pessoas possam viver em sua plenitude há a necessidade de romper esse estado. No livro “Quer Ser Meu Pai?”, a ruptura foi possível pelas palavras do menino Márcio. Contudo, para que as pessoas possam superar esse estado, primeiro precisam tomar consciência de que ele existe e depois ir de encontro a um estado desejado, ou seja, querer se relacionar com uma outra pessoa.
2 – Pensando na sociedade atual, em que tudo costuma ser tão veloz, qual a importância de abordar este tema?
A.F.: Em “Quer Ser Meu Pai?”, essa foi a maneira de ressignificar o estado em que cada um dos personagens se encontrava. Tanto Ronei como Márnei, ao relatarem um para o outro a razão que os levou ao estado em que se encontravam, estavam tomando consciência de que ele existiu e que estavam desejando um outro estado de relacionamento e amor.
Embora as palavras de Márcio tivessem o condão de sensibilizá-los, quebrando o estado em que ambos se encontravam, quando tiveram longas conversas e revelações de suas vidas, eles passaram a ter confiança mútua. Assim, construíram uma vida harmoniosa e cada um procurou respeitar os costumes do outro.
3 – O enredo inicia com um garoto que pergunta se um estranho quer ser o pai dele. Quais os significados por trás deste questionamento?
A.F.: O livro mostra a importância de estar aberto ao diálogo, ao que outro tem a dizer. Tal como uma metáfora, o menino desencadeou uma verdadeira transformação em todos os que estavam com ele. Contudo, ele representou um terceiro que interveio para retirar Ronei e Márnei da solidão: essa terceira pessoa poderia ser um amigo, um familiar, um psicólogo, enfim, alguém que tomando conhecimento do estado em que cada um se encontrava, pudesse mostrar outros caminhos. Além disso, em um diálogo, na maioria das vezes, as pessoas com quem conversamos nos dizem o que nós precisamos ouvir.
4 – Você trata sobre a necessidade de escutar as crianças, que podem falar sobre situações profundas a partir de perguntas aparentemente simples. Para você, por que precisamos ouvir as crianças?
A.F.: As crianças, por estarem isentas de preconceitos e por falarem exatamente o que sentem, podem enriquecer a relação familiar com suas frases curtas, mas cheias de significados. Alguém diz: “foi uma criança que falou, nem se deve levar a sério”. Aí, nessa forma de pensar, quanto se perde por não ouvir, ou melhor, não interpretar o que foi dito naquela situação?
Quantas investigações deixaram de ser feitas embora uma criança tenha, da sua maneira, apontado o caminho! Sim, precisamos ouvir as crianças, porque elas são espontâneas e dizem o que pensam. Contudo, esse ouvir não deve ser literal. O ouvir é interpretar, relacionar, investigar, aceitar que ela pode contribuir e se posicionar na vida familiar. As palavras de uma criança podem levar a resolução de um problema familiar.
5 – Quais outras mensagens você transmite com este lançamento?
A.F.: A obra “Quer Ser Meu Pai?” mostra a importância do diálogo, pois é ele que constrói o relacionamento entre as pessoas; é ele que pode auxiliar na ressignificação de objetivos; é ele que permite a convivência harmoniosa; é ele que aproxima pais e filhos; é ele que cultiva o amor. Mostra que frustrações e decepções são inerentes ao seu humano, mas, nem por isso se deve permanecer nesse estado. Mostra o caminho para a superação dessas decepções, pela quebra do estado onde elas estão formadas, quer estando aberto aos múltiplos apelos do universo, através de palavras de outras pessoas, ou do desejo pessoal.
Mostra o exemplo de Márnei – uma mãe carinhosa, que encantava a todos que a conheciam pela bondade e sensibilidade. Mostra que podem existir pessoas com maior sensibilidade capazes de ter uma capacidade extrassensorial. Mostra que a harmonia entre o casal é possível desde que cada um conheça as regras que o outro tem. Mostra que a doença faz parte da vida e quando ela vier e provocar a perda de um ente querido, o amor sendo incondicional, mesmo partindo, permanece na recordação.
Sobre o autor: O gaúcho Alberto Dal Molin Filho dedica-se à literatura e já publicou cinco livros: As faces da Gratidão, Uma caixa de bombons, Mâni: A Ciência do Amanhã, Como me senti quando você partiu e Quer ser meu pai?. Ele é mestre em Engenharia Mecânica, pós-graduado em Ecologia Humana, graduado em História Natural e em Ciências Jurídicas e Sociais, além de master em Programação Neurolinguística. Como professor universitário, trabalhou com Ciências do Ambiente no curso de Engenharia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
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