“Eu sou do tempo em que tudo começava com desenho”, iniciou assim Rubem Grilo sua fala na mesa literária das 9 horas, do dia 17 de outubro, sobre a temática Hansen Bahia, xilogravurasliteraturas, ao lado de Antônio Costella com mediação de Evandro Sybine.
Começando a conversa, Sybine perguntou sobre a evolução da xilogravura e da literatura. Para Costella, a xilogravura é a própria história do homem e começou com as primeiras pinturas em cavernas. Após a invenção da escrita, imagem e texto nunca mais se separaram. Mas foi com a invenção da xilogravura e, posteriormente, da tipografia, que a humanidade deu um salto em sua evolução, nos últimos 500 anos, pela possibilidade do registro de conhecimentos.
Atuante como xilogravurista de jornais na década de 70, Rubem Grilo, vê a xilogravura como método de aprendizado a partir de dois aspectos, o do desenvolvimento do desenho e da transformação da matéria. “O desafio de todo trabalho de xilogravura passa pela tentativa de transformar objeto em sujeito, aquilo que é inexpressivo, em expressão; construindo uma linguagem, algo passível de comunicação. E, nessa relação, entre o desejo individual de quem cria e de quem ‘consome’, vem o processo da criatividade, da aprendizagem e da imaginação”, exemplificou Grilo.
Falando sobre Hansen Bahia, Rubem apontou o momento em que o artista alemão veio para o Brasil, em 1950, como o instante na história em que arte europeia chegou não para nos doutrinar, mas para mesclar-se a nossa cultura. “Hansen Bahia traz para a sua ilustração no Brasil não apenas os aspectos negativos do País, como a pobreza, a desigualdade, a prostituição, mas também a festividade, as cores e a exuberância das terras de cá”.
Rememorando a evolução da xilogravura no Brasil, Antonio Costella contou que o ofício ganhou parâmetro de arte apenas no século XX, quando deixou de acompanhar os textos de jornais e revistas. Para Rubem, no entanto, este momento da xilogravura junto à imprensa foi importante, mesmo no século XX, quando tinha uma participação menor nas publicações. Ao falar sobre seu trabalho na década de 1970, o artista ressaltou a ditadura militar e a importância dessas ilustrações na imprensa do período como instrumento de resistência.
Para os autores, a arte da xilogravura alcançou terreno fértil no Brasil por sua contribuição popular. “Quanto mais forte é a cultura popular de uma região, mais esta influenciará a xilogravura do artista. Essa simbiose entre o popular e o erudito, entre o que vem de fora e o que vem de dentro fez da xilogravura parte importante de nossa identidade cultural”, finalizou Grilo.
Antonio Costella, por sua vez, concluiu sua participação na mesa, falando sobre o museu da xilogravura em Campos do Jordão que, atualmente, reúne obras de mais de 600 artistas.
O Governo do Estado da Bahia apresenta a Flica 2015 e o projeto tem patrocínio da Coelba, da Oi e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e apoio cultural da Oi Futuro, da Prefeitura Municipal de Cachoeira, do Sebrae, da Odebrecht e da Caixa Econômica Federal. Um evento realizado pela iContent e Cali.
Confira a programação da Flica no site: www.flica.com.br
O quê: Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica
Quando: 14 a 18 de outubro de 2015
Onde: Município de Cachoeira, a 110 km de Salvador
Entrada gratuita
Acesse:
Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica
www.flickr.com/photos/flica2015oficial/albums
www.flica.com.br
www.facebook.com/FlicaOficial
https://twitter.com/flicaoficial
https://www.youtube.com/user/FlicaTV