Aos 18 anos, Maria Fernanda Leite estreia na literatura com Um amor mais que perfeito, um romance cristão que combina leveza, emoção e reflexões profundas sobre amadurecimento, fé e identidade. Ambientada em um reino fictício, a obra acompanha Leticia, uma jovem princesa que, entre lutos e obrigações reais, busca afirmar sua autonomia sem abrir mão de seus valores.
Na entrevista a seguir, a autora compartilha como uniu suas paixões por romance, psicologia e teologia na criação da história, fala sobre os desafios da juventude cristã e explica de que forma suas próprias vivências inspiraram personagens que enfrentam dilemas reais. O resultado é uma narrativa que acolhe, inspira e mostra que o amor verdadeiro começa quando escolhemos permanecer fiéis a quem somos.
1 – O que te motivou, ainda tão jovem, a escrever um romance?
M.F.L.: Desde muito nova, eu sonhava em escrever um livro. Esse desejo surgiu antes mesmo de saber escrever de fato. Sempre fui encantada pelo amor, por sua capacidade de transformar as pessoas, trazer alegria e alimentar sonhos. Isso sempre me tocou profundamente.
Escrever sobre o amor, não apenas no sentido romântico, é uma das coisas que mais gosto de fazer. Além disso, sempre fui apaixonada por romance, psicologia e teologia. Essas três áreas me fascinam e escrever um romance cristão foi a maneira que eu encontrei de unir todas essas paixões. Assim nasceu a ideia de criar uma história leve, divertida, apaixonante e ao mesmo tempo educativa. Algo que comunicasse fé, emoções e crescimento pessoal.
2 – “Um amor mais que perfeito” explora os dilemas da juventude em uma jornada de autodescoberta sobre paixão, responsabilidades e resiliência. De que forma esse tipo de literatura pode influenciar positivamente a maneira como os jovens encaram o amadurecimento?
M.F.L.: Acredito que o que lemos e ouvimos, aos poucos, vão moldando nossa maneira de viver e enxergar o mundo. Quando um livro aborda questões profundas, como a autodescoberta, ele convida o leitor a refletir sobre a própria vida e a se permitir crescer com aquilo.
Personagens que enfrentam dilemas reais tornam a história mais próxima do leitor, e isso desperta empatia. Quando esses personagens conseguem atravessar situações difíceis sendo fiéis a quem são, os leitores percebem que também podem superar seus próprios desafios. Esse tipo de literatura mostra que eles não estão sozinhos e que seus sofrimentos não são únicos. Isso pode ser um grande incentivo no processo de amadurecimento.
3 – Quais experiências da sua vida ou da sua caminhada com Deus influenciaram diretamente a construção da sua história e personagens?
M.F.L.: Ser um adolescente cristão hoje em dia é desafiador. A fé traz consigo cobranças, exclusões e muita das vezes ataques, principalmente em ordem psicológica. Quando você decide se aproximar de Deus, dos seus valores e da sua essência, acaba enfrentando mais resistência e críticas. E isso acontece justamente em uma fase da vida em que todos estão tentando se descobrir, o que torna tudo ainda mais intenso.
Minha própria vivência como jovem cristã influenciou diretamente a construção da Leticia, protagonista do meu livro. Ela representa o quanto é difícil ser diferente em um ambiente onde quase todos pensam de forma parecida. A Letícia sofre rejeição justamente por ter valores firmes. A inveja e o julgamento dos colegas a impedem de viver amizades verdadeiras, mesmo sendo alguém admirável. Pessoas de fora a viam com admiração, mas aquelas mais próximas a diminuíam.
Essa tensão entre identidade, fé e aceitação é algo que vivi e vejo muitos jovens viverem. Transformei essa realidade em ficção para que os leitores se reconhecessem na personagem e percebessem que não estão sozinhos.
4 – Em um determinado momento, a protagonista sente o peso das tradições do reino. Como isso molda suas decisões em busca de autonomia?
M.F.L.: Leticia sente o peso das tradições do reino quando percebe que elas tentam moldá-la, forçando-a a renunciar à própria essência para se encaixar nas expectativas do pai e dos parlamentares. Ao invés de simplesmente se submeter, ela decide mostrar, com atitude e postura, o seu valor, não apenas para os outros, mas para si mesma também.
Ela entende que governar exige esforço, responsabilidade e renúncia, e se mostra disposta a encarar esse desafio. No entanto, Leticia se recusa a deixar de ser quem é apenas para ser aceita. A autonomia nasce quando ela percebe que precisa impor limites antes de se perder tentando agradar. Essa decisão molda sua trajetória e a fortalece como protagonista da própria história.
5 – Na sua visão, como os romances cristãos ajudam os jovens a se enxergarem em personagens que enfrentam dilemas semelhantes?
M.F.L.: Quando o jovem leitor se identifica com um personagem que enfrenta lutas parecidas com as dele e vê que esse personagem passou por tudo isso, permaneceu firme em sua fé e encontrou uma saída, ele se sente compreendido. Isso reforça a ideia de que o que ele está vivendo não é exclusivo e que existem caminhos para permanecer fiel à própria essência, mesmo quando o mundo parece ir na direção contrária.
Acredito que o que lemos e ouvimos tem o poder de moldar, aos poucos, a forma como vivemos e enxergamos o mundo. Por isso, o romance cristão pode ser uma ferramenta poderosa de encorajamento e formação. Quando um jovem cristão lê histórias em que os valores da fé são colocados à prova, ele começa a refletir sobre sua própria caminhada. Mesmo que tenha convicções fortes, dúvidas podem surgir. E, sem uma base sólida, seja espiritual, familiar ou de amizades que compartilhem da mesma fé, ele pode acabar se afastando de si mesmo para agradar a o mundo.
Essas histórias ajudam o jovem a perceber que manter-se firme em Deus é um processo diário, que envolve decisões, limites e coragem. E acima de tudo, mostram que ele não está sozinho nessa jornada.
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Sobre a autora: Apaixonada por literatura, Maria Fernanda Leite é uma jovem de 18 anos que decidiu explorar o universo das palavras desde cedo. Sempre teve o sonho de escrever um livro por também vivenciar as influências da leitura na construção de conhecimento, experiências e emoções. Por isso, estreia no mercado com o livro cristão Um amor mais que perfeito, dedicado aos românticos em busca de boas histórias com reviravoltas, reflexões profundas e finais felizes.





