“Nem todo psicopata é assassino”. É com esta máxima que o escritor, ator e roteirista Arthur Santileone lança seu segundo livro Legado de História e Imaginação. Ele estuda o tema desde 2014, quando iniciou as pesquisas jurídicas sobre o transtorno para formação acadêmica.
Os protagonistas desta obra, Renan e Ozias, são dois psicopatas com visões diferentes de mundo: um que ama ver o circo pegar fogo e outro que deseja viver em paz. No livro, o Arthur aborda os desafios de ser um psicopata não completo; ter predisposição a ser um serial killer e viver em comunidade.
Escrito em formato de roteiro, Arthur brinca com a linha tênue entre o real e imaginário e deixa o leitor na dúvida se realmente o roteiro chegou a ser gravado e, por algum motivo, nunca foi visto pelo público. Confira a entrevista inédita em que o autor esclarece esta situação:
1. Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?
Arthur Santileone: Tenho sido influenciado a minha vida toda por obras literárias ficcionais, como Harry Potter, Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia e obras do audiovisual, como Titanic, Era uma Vez no Oeste, O Exterminador do Futuro, Indiana Jones, E o Vento Levou…, Star Wars, De Volta para o Futuro; todas essas obras possuem um ponto em comum: mundos e histórias criados por uma pessoa curiosa e com vontade de impactar a vida de pessoas através da arte, e eu sempre soube que seria uma delas.
Além de escritor, sou ator, uma profissão que também permite criar histórias; sendo minha vida sempre assim, cercado de arte, era natural que eu não ficasse só na atuação e a vontade de escrever veio na hora certa. Inclusive, eu até ganhei um prêmio no Canadá em 2020 como melhor ator (Montreal WebFest) por dar vida ao Macbeth no média-metragem para o YouTube “Macbeth: o rei do morro”. E olha só que curioso: Macbeth é um personagem escrito por um dos maiores escritores de todos os tempos… viu só? Nada é por acaso (risos).
2. Como surgiu a oportunidade e motivação de escrever “Legado de História e Imaginação”?
A. S.: Eu estou escrevendo um roteiro para um curta-metragem chamado “Aquele Azul de Setembro” e eu sempre quis escrever um roteiro para um longa. Comecei a escrever “Legado de História e Imaginação” em 2019 para que ele fosse um filme, mas como eu iria demorar para poder levantar essa história como um projeto audiovisual, afinal, falta o recurso financeiro para isso, decidi lançar a história como livro e não deixar na gaveta. Quem sabe assim não consigo levantá-la como filme mais rápido?
3. Qual é a principal mensagem que o livro traz ao leitor?
A. S.: Meu livro aborda um tema delicado (que estudo desde 2014 quando ainda era estudante de Direito) e de destaque em diversas mídias visuais: psicopatia. Ocorre que, geralmente, livros e filmes abordam a psicopatia de forma rasa ou clichê, isto é, o vilão que quer destruir o mundo num plano diabólico e épico.
Minha história não só apresenta esse tipo de psicopata (afinal, amamos um bom clichê), mas também apresenta um outro lado pouquíssimo explorado: o psicopata não completo, isto é, aquele sujeito que tem predisposição a ser um serial killer, mas que, por alguma razão, não chegou no estágio máximo dessa psicopatologia.
Meu livro apresenta pistas para que o leitor possa debater e chegar por si só a uma conclusão acerca de perguntas como: afinal, devo temer todos os tipos de psicopatas? Existe diferença entre psicopata completo e não completo? Leia o livro e tire suas conclusões. Mas no fim de todo esse debate, um tema é sempre recorrente no meu livro e se destaca: família… é tudo sobre família e o impacto que pessoas podem causar na sua vida, independentemente do seu grau de psicopatia.
4. Você estuda a psicopatia pelo viés clínico e judiciário desde 2014 e hoje traz o tema para o seu suspense. Como surgiu o interesse pelo assunto e qual a importância de tratar sobre este transtorno na literatura?
A. S.: O interesse nesse tema surgiu por causa dos constantes personagens psicopatas existentes no cinema. Eles sempre foram figuras de impacto e quando eu estava na faculdade de Direito, e a criminologia e o Direito Penal começaram a tratar os diversos tipos de crimes, a psicopatia voltou a fazer meus olhos brilharem e acabei fazendo meu TCC sobre o tema; mais tarde, esse mesmo TCC deu origem ao meu primeiro livro publicado de forma independente na Amazon, intitulado “Direito Penal brasileiro e Psicologia Jurídica: uma análise sobre os casos de Psicopatia”.
5. “Legado de História e Imaginação” é o seu livro mais recente; você tem outros projetos literários em mente para o futuro?
A. S.: No momento não. Não estou planejando voltar a escrever livros no futuro, já que meu foco é o cinema, seja atuando ou escrevendo roteiros. Ainda vou escrever, mas de preferência voltado para o mercado cinematográfico que é a minha maior paixão.
Sobre o autor: Nascido em Campinas – SP em 1993, Santileone é ator premiado internacionalmente, escritor e um fotógrafo curioso. Bacharel em Direito, formado pelo Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI – RN), publicou seu livro ‘Direito Penal brasileiro e Psicologia Jurídica: uma análise sobre os casos de Psicopatia” com base na sua monografia de conclusão de curso.
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