Domingo de outono, neste seis de maio, em São Paulo, o Condado do Itaim-Bibi está no lugar onde sempre esteve e não arredará o pé um milímetro para saldar a democracia e bradar em alto e bom: Rei Morto Rei Posto!
Viva a coroa do Rei de fantasia e Deus, que não existe, salve o Rei!
Depois do primeiro de maio, que não comemorou o Dia Internacional do Trabalho, se o escravo continua aqui, mas também a escuta no som da clarineta, veio o aumento do salário mínimo para impressionantes 1.320 reais/mês ou 40/dia e desconto de IR até 2540 reais mensais, válido para o próximo ano e estava congelado desde 2015, em R$ 1.903,98.
Aos retardatários contumazes é bom lembrar o prazo da parte do leão termina em 30 de maio, data que se comemora a aprovação da Lei 4.076/1962, da regulamentação da profissão de geólogo, que o presidente Juscelino Kubitschek criou as escolas e foi paraninfo da primeira turma da profissão cujo patrono é o mineralogista José Bonifácio.
As padarias paulistas, além do pão nosso de cada dia e o na chapa, com pingado, servem boas refeições por preços civilizados.
Na esquina da Rua Manuel Guedes com Jerônimo da Veiga, cuja rotatória, dizem as más línguas, é o ponto escolhido daqueles que precisam de ajuda de Pai-de-Santo.
Não há trabalho feito que não aconteça, desde prejuízo na Bolsa, cura de espinhela caída, doenças graves e traz de volta até amor perdido. De quando em quando aparece até garrafa de whisky, galinha preta de raça e bolsa de grife jogados no cruzamento preferido dos farialimer’s.
A padaria Saint Germain nos lembra todo dia, com seu pão quente, a queda da Bastilha e serve bons pratos em boa companhia, pois era a preferida do Geraldo Alkimim, cujo escritório ficava em frente e até do advogado do Bolsonaro que mora perto.
O público e o privado se confundem no Boulevard da corrupção dos costumes, na rua Jerônimo da Veiga.
As calçadas e as ruas são invadidas pelas mesas, toldos, pilares e plataformas para ficar ao ar livre a refeição e os pedintes poderem comer com os olhos o visual dos pratos finos.
A faixa amarela deixa meio livre trânsito dos pedestres circulando entre as mesas.
O almoço do dia a dia, enquanto não chega o resultado da política do precisa ensinar a pescar em vez de dar o peixe, boa pedida é a pescada.
Na entrada saladinha com molho de mostarda e mel, com pão integral.
Seguida de dois filezinhos de pescada grelhada, acompanhada de purê de batata, pimenta de biquinho e espetinho de legumes.
Pouco menos de dez dólares, água que está mais cara que a gasolina inclusa.
Bon Apetite!
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*Everaldo Gonçalves é geólogo desde 1969, é autor do livro “O fetiche do ouro e a pedra milagrosa na filosofia caipira”, foi presidente do Cepege e da AGESP, além de professor na USP e UFMG