Ops, ainda não é Natal. Mas a proximidade da data cristã que comemora o nascimento de Jesus Cristo já causa ansiedade coletiva em torno do espírito solidário e, também, relacionado às trocas de presentes, que denota o apreço às pessoas amadas e até por pessoas que você se sente obrigado a presentear por convenção social.
Essa, por si só, é uma questão que merece um grande debate em torno do verdadeiro papel do Natal para a cristandade. Em minha opinião não deveria ser uma data de troca de presentes com pessoas que sabem o apreço que você tem por elas, deveria ser um momento de doação, de buscar aqueles que realmente precisam de algo para que possamos presentear.
Verdade seja dita, em sua maioria, os brasileiros fazem as duas coisas doam tempo e recursos aos que precisam e presenteiam aos que amam e isso ultrapassa qualquer debate sobre a construção do Natal como uma data comercial também.
Mas vale ressaltar que, por força das tecnologias e por uma mudança de perspectiva de sociedade, um tipo de presente está perdendo muito espaço, quando deveria ganhar: os que trazem benefícios culturais, aprendizagens e enriquecimento lúdico. Em parte, isso se deve às novas tecnologias. Discos, CDs, jogos analógicos (que reúnem muitas pessoas em torno de um tabuleiro) e até livros foram negligenciados como presentes, em detrimento de aparelhos eletrônicos.
Chegou a hora de recuperar essa ideia de promover cultura e aprendizagem através dos presentes de Natal. De discos que permitam que se reúnam em torno dele, jogos que gerem interação, ingressos para teatros e livros que gerem aquela conversa gostosa sobre a intenções da autora ou do autor.
Leonardo Bruno da Silva é doutor e mestre em
História Política, também é escritor e publicou o
livro “O coronel que queria matar o presidente”