Mais do que um cargo para distribuir demandas, o gestor é o principal responsável por manter as equipes motivadas, estruturar um ambiente saudável aos colaboradores e reforçar a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal. E, em um mundo hiperconectado, com transformações rápidas nas rotinas e colegas de gerações distintas que compartilham modos diferentes de vivenciar as relações de trabalho, é fundamental encontrar um caminho convergente para alinhar bem-estar e produtividade.
Abaixo você encontra cinco formas de ser um bom líder diante das mudanças recorrentes e das exigências atuais do mercado. As sugestões foram todas elaboradoras por Augusto Flores, executivo de multinacional, professor e mentor sobre liderança, comunicação e transformação digital, além de autor do livro Cartas a um jovem gestor tributário: reflexões sobre carreira.
1 – Transmita conhecimento
Delegar tarefas e ensinar quem está começando pode demorar mais, porém é uma etapa necessária para construir sucessores e “fazer a roda girar”. Esse tempo de aprendizado, inclusive, já deve estar previsto na hora de orçar custos e elaborar os prazos para as demandas.
Outro ponto importante: os trainees, estagiários e novos funcionários vão errar – e muito. Entretanto, ninguém comete erros sozinhos; é crucial reconhecer as falhas como parte natural do processo de aprendizado e assumir a própria parcela de culpa. Em um projeto com duas, três e quatro pessoas, se um colaborador fez algo errado, todos fizeram.
2 – Aprenda a negociar
Negociamos todos os dias, o tempo todo, com todo mundo. O pontapé para um bom repertório de negociação é conhecer as pessoas e, na mesma medida, compreender quais são os interesses que estão por trás desta ação. Ao longo da jornada, o que mais interessa para alguns pode ser o prazo de entrega; para outros é a qualidade da execução ou a segurança na apresentação de um escopo.
Mas também é essencial mediar as demandas dos clientes ou de terceiros com a capacidade de entrega dos colaboradores. Se os funcionários estão com demandas cheias, talvez seja necessário estender uma entrega, por exemplo. Trabalhar sempre com prazos apertados pode aumentar o estresse da equipe e gerar uma evasão de profissionais talentosos.
3 – Mantenha uma comunicação eficiente
É a comunicação que constrói pontes: tanto a verbal quanto a não verbal. Converse com os colaboradores para entender as necessidades específicas de cada um e compreenda as questões individuais deles. Assim é possível redistribuir tarefas, dar mais apoio para o crescimento profissional dos funcionários e ainda incentivar uma confiança entre todos os membros da equipe.
4 – Entenda a cultura da empresa
Talvez a cultura de uma empresa não seja a melhor para um funcionário ou até mesmo para o gestor – isso faz parte do jogo. Mas essa estrutura organizacional é elaborada ao longo de anos, com o treinamento de hard e soft skills; a avaliação periódica dos colaboradores e de sua satisfação no trabalho; a definição de um plano de carreira, entre outros aspectos. Tudo isso é pensado com a intenção de manter as pessoas talentosas na empresa e formar novos profissionais. Mas seja flexível: os processos devem ser adaptados e reavaliados com o passar do tempo.
5 – Equilibre vida pessoal e profissional
Nem sempre todos os aspectos da vida estarão equilibrados: às vezes, alguns dias no trabalho exigirão maior dedicação; em outras, a parte pessoal precisará de mais atenção. Mas é imprescindível entender que a prática de exercícios físicos, o tempo com a família e o cuidado com a saúde física e mental são tão importantes para a felicidade, a produtividade e a performance quanto as horas do expediente. Por isso, organize as demandas para não sobrecarregar os colaboradores – porque o período de descanso também é fundamental para manter o bem-estar e o engajamento dos funcionários.
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Sobre o autor: Executivo de multinacional com quase 30 anos de experiência na área tributária, Augusto Flores também é professor, mentor e articulista sobre temas relacionados a liderança, comunicação, negociação, pensamento crítico, estratégia e transformação digital. Contador formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ganhou em 2021 o Prêmio Profissional Mérito da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, na categoria Tributos. Escreveu os livros “Manicômio tributário: reflexões de um sobrevivente” e Cartas a um jovem gestor tributário: reflexões sobre carreira.
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