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A arte faz política

*Fábio Gonçalves

24 de junho de 2025
Tempo de leitura: 3 mins de leitura

O escritor austríaco Hugo von Hofmannsthal dizia que nada aparece na política de um país sem ter antes aparecido na sua literatura. Não é que a literatura crie a realidade política; é que a linguagem poética, na medida em que seja uma síntese artística do real, torna comunicável experiências humanas que, antes, passavam despercebidas para o conjunto da sociedade. E a política só pode operar em cima dessas experiências que fazem parte do imaginário comum. Ou, de outro modo: é preciso primeiro que as pessoas sejam capazes de imaginar e verbalizar os problemas para só então se engajarem em solucioná-los.  

Euclides da Cunha escreveu Os Sertões para nos dar a conhecer nossos irmãos sertanejos, aqueles fortes embrutecidos pela aridez do ambiente e a ambição dos senhores. Depois dele, pintaram também a vida nesses rincões a Rachel de Queiroz, o Graciliano Ramos, o José Lins do Rêgo e outros. De posse dessa galeria de imagens, fica-nos impossível ignorar os dramas e agruras daquele povo — dos que retiram e dos que ficam. 

O abolicionismo, por exemplo. A causa ganhou vulto, sim, por causa da prosa inflamada de um José do Patrocínio, ou da temperada de um Joaquim Nabuco, mas principalmente pela poesia inescapável de um Castro Alves.  

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Daí que também por vias literárias é que se deva registrar e divulgar o fracasso sistemático da organização social brasileira no pós-abolição. Foi isso o que fez, por exemplo, Carolina Maria de Jesus. Preta, favelada e semi-analfabeta, ela revelou, com sua arte, as condições de miséria — física e moral — em que viviam os descendentes dos alforriados nas periferias da maior cidade do país. Aliás, Audálio Dantas, jornalista que descobriu a escritora e fez a edição dos seus diários, dando-lhes forma de livro (Quarto de Despejo), conta que a publicação da obra, um absoluto sucesso de vendas, suscitou debates entre políticos e técnicos, e que levou à formação de iniciativas como o Movimento Universitário de Desfavelamento (MUD). Como dizia Hofmannsthal: dos livros para a política. 

No caso das favelas brasileiras, ainda há muito que se falar. Tivemos nas últimas décadas registros artísticos importantes, como os filmes Cidade de Deus e Tropa de Elite e os álbuns dos Racionais MC’s. Mas ainda carece, esse tema, de boa literatura. E literatura que não seja exatamente de protesto. Porque a linguagem poética é menos eficaz quando transmutada em deslavada retórica política. Não que a retórica política não tenha o seu lugar — citamos Patrocínio e Nabuco; é só uma questão de hierarquia.  

Daí que a literatura social, que se objetive a falar da vida difícil daqueles que vivem nas periferias, deva ser não uma central de denúncias — como não raro se faz —, mas um mosaico sincero e realista, com cenas, sim, de violência, de abandono e de miséria, mas também de ternura, de heroísmo, de sabedoria e de esperança.  

Fábio Gonçalves é professor de linguagens e autor de livros como “Um
Milagre em Paraisópolis” (2020), “Um Retrato do Doente e outros contos de
Morte e Solidão” e “Uma negra comédia”

Redação LC

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