Antissemitismo, controle da jurisdição militar, manipulação de provas, parcialidade da imprensa e controle da opinião pública. Esses são alguns pontos que permeiam a história real do caso Dreyfus, que ocorreu no fim do século 19 e extrapolou os tribunais, tornando-se um grande conflito social que dividiu a França.
O processo do capitão Dreyfus, obra publicada pelo Grupo Editorial Edipro, apresenta uma trama judicial sobre espionagem militar que expôs à sociedade o antissemitismo francês e mobilizou juristas e intelectuais do mundo inteiro, incluindo o advogado brasileiro Ruy Barbosa.
Composto por uma das cartas de Barbosa ao Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, no período em que se autoexilou na Inglaterra, em 1895, o livro retrata os fatos que desdobraram o julgamento de Alfred Dreyfus, único oficial judeu na sede do Estado-Maior do Exército da França, que foi falsamente acusado de vender segredos militares franceses para os alemães.
“Trata-se de um dos maiores erros judiciários da história, ocorrido em um dos momentos mais embaraçosos da Terceira República Francesa.” (P. 30, Arnaldo Godoy)
“[…] segundo todas as informações, o capitão Dreyfus sofreu a provação mais dilaceradora a que se podia expor um homem de cuja sensibilidade moral ainda restasse alguma coisa, com um estoicismo antes conciliável com o sentimento da inocência do que com a consciência do crime. E, depois de considerar nas antecedências honrosas do condenado, conclui: A ser assim, Dreyfus será um inocente, ou um louco.”
P. 55, Ruy Barbosa
Por meio dessa carta documental ao Jornal do Commercio, Ruy Barbosa, defensor do sistema judicial inglês, colaborou ativamente no processo ao fazer uma brilhante defesa em prol do militar Dreyfus, além de registrar os desdobramentos de um dos maiores erros jurídicos da história europeia.
Com texto introdutório do advogado e professor universitário, Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy, a obra O processo do capitão Dreyfus é a demonstração do poder de argumentação de um dos maiores expoentes do direito brasileiro.
E, embora o texto de Ruy Barbosa tenha se centrado em fazer uma comparação entre o sistema judicial inglês e o sistema francês, não se pode negar a importância do seu trabalho, principalmente, para os leitores brasileiros que amam história e, claro, para os estudantes, professores e profissionais de direito.
FICHA TÉCNICA:
Editora: Edipro
Título: O processo do capitão Dreyfus
Assunto: Direito/História
Preço: R$ 29,00
ISBN: 9786556600185
Edição: 1ª edição, 2020
Altura | largura: 21 x 14
Profundidade: 0,7
Número de páginas: 80
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Ruy Barbosa (1849-1923) é reconhecido como um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX e figura central na modernização do país. Desde o envolvimento com a causa abolicionista, passando pela consolidação da Nova Constituição e da República, até a reforma do ensino e a candidatura à presidência do país, Ruy Barbosa constitui figura ímpar na história do Brasil e, destacadamente, em sua atuação no Direito. Destacou-se como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador. Ocupou o posto de primeiro Ministro da Fazenda da República brasileira e foi membro fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras.
Sobre o autor da introdução: Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy é livre-docente da Faculdade de Direito da USP, professor visitante na Faculdade Nacional de Nova Delhi (Índia), na Universidade de Berkeley (EUA), na Universidade de Pretória (África do Sul) e no Instituto Max-Planck, de Frankfurt (Alemanha). Ph.D. em Direito Comparado pela Universidade de Boston, em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Literatura e em História do Direito (ambos pela UnB).
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