Em Império, mito e miopia: Moçambique como invenção literária, Francisco Noa, intelectual já conhecido no meio científico no Brasil, analisa obras da era colonial moçambicana, que são representações literárias baseadas em estereótipos feitos pelos portugueses sobre os africanos e sobre a África.
Na obra, o autor propõe uma leitura em contraste com a visão da literatura moçambicana, que irá valorizar e dignificar os africanos. Publicado anteriormente em tese de doutoramento, o livro é referência para estudiosos de cultura africana, em especial da produção literária do período colonial em Moçambique, por sua atualidade temática.
Além do mais, discutir o passado não é só para saber o que aí aconteceu nem simplesmente para saber como ele influencia o presente, mas sobretudo o que ele é, na verdade, se está concluído, ou continua sob diferentes formas. Como ensina Cícero, não conhecer o passado é permanecer sempre criança.
Com firmeza e coragem, Francisco Noa mergulha em vasta e profunda pesquisa na história da literatura colonial moçambicana e traz à tona preciosidades, observadas e analisadas com rigor, com condução ao mesmo tempo sensível e científica. Assim, ao exercer a função de pesquisador, combina o domínio de suas ferramentas de trabalho com as experiências pessoais de um moçambicano.
A obra se inicia com um questionamento que irá permear toda a pesquisa de Noa: “Que motivações poderão estar por detrás de um estudo cujas temática e recepção se assumem como potencialmente problemáticas e incômodas?”. Em seis capítulos, o autor irá discutir o conceito de literatura colonial, a representação no espaço e no tempo, as figuras, os papéis, as vozes e as estratégias e perspectivas em torno do tema.
Publicada pela editora Kapulana, a obra traz para o Brasil uma relevante pesquisa sobre a literatura em um contexto histórico e social pouco contemplado nos estudos literários no espaço de língua portuguesa.
FICHA TÉCNICA:
Editora Kapulana
ISBN: 978-85-68846-09-4
Tamanho: 16 x 23
Páginas: 376
Preço: R$ 59,90
Sobre o autor: Francisco Noa, atual Reitor da Universidade Lúrio (UniLúrio), em Moçambique, é Doutor em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (2001) pela Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Ensaísta e professor de Literatura Moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique, é também investigador associado na Universidade de Coimbra, em Portugal. Em Moçambique, foi diretor e investigador do Centro de Estudos Sociais Aquino de Bragança (CESAB) e assumiu vários cargos de gestão em instituições de ensino superior de Moçambique. Tem marcante atuação em eventos científicos nos meios acadêmicos moçambicanos e internacionais, como África do Sul, Angola, Brasil Cabo Verde, França e Portugal. Sua pesquisa atual debruça-se sobre os temas da colonialidade, nacionalidade e transnacionalidade literária, a literatura como conhecimento e o diálogo intercultural no Oceano Índico, a partir da literatura. Recebeu o Prêmio BCI de Literatura de 2014.
Ciências e artes: Trata-se de uma série de livros direcionados ao público acadêmico, interessado não só em obras técnico-científicas como também em literatura de qualidade. São obras teóricas que abordam obras literárias de áreas pouco contempladas no Brasil, como a Literatura Africana.
Editora Kapulana: A Editora Kapulana tem como lemba produzir “Livros bons e belos”. Assim, em seus diversos segmentos, como Bilíngues, Vozes da África, Ciências e Artes e Intersecções Literárias, oferece aos leitores obras de alta qualidade presente tanto no conteúdo como na sua forma de apresentação.
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