Graças ao trabalho de biógrafos, sabemos que Bonhoeffer, junto a seu irmão Klaus e seus cunhados Rüdger Schleicher e Hans Von Dohnanyi, contribuiu diretamente numa conspiração contra o próprio Hitler – o que lhe renderia o encarceramento na prisão militar de Tegel, no norte de Berlim, em abril de 1943. Acusado de desmoralização das Forças Armadas, permaneceu dezoito meses preso, seguindo então para o campo de extermínio de Flossenbürg, ao sudeste da Alemanha. Ali, foi julgado por um tribunal fictício, condenado sem chance de defesa e enforcado na manhã do dia 9 de abril de 1945.
Pedro Lucas Dulci, P. 9
Em 2010, a Mundo Cristão lançou com exclusividade no Brasil o livro Bonhoeffer – Pastor, Mártir, Profeta, Espião, escrito por Eric Metaxas, sucesso internacional que conta a trajetória desse que foi considerado um dos teólogos alemães mais importantes desde Lutero e uma das principais figuras da resistência contra o regime nazista.
Referencial para a igreja ocidental, Dietrich Bonhoeffer (1906 -1945) foi um cristão que viveu a fé de forma consistente e se opôs até a morte para salvar conterrâneos e judeus da cólera ariana. Ele foi enforcado em abril de 1945 por ordem direta de Adolf Hitler.
Homem talentoso e portador de uma prodigiosa capacidade intelectual, enquanto viveu, Bonhoeffer produziu alguns textos que até hoje inspiram cristãos em todo o mundo. Um deles trata-se do “Nachfolge” [em alemão], obra clássica escrita em 1937 – época que marcou o início do nazismo na Alemanha -, o qual traz uma contundente exposição do Sermão do Monte e do texto bíblico de Mateus 9.35-10.42. A Mundo Cristão lança o livro em língua portuguesa, sob o título “Discipulado”.
Para Bonhoeffer, o chamado ao discipulado é o compromisso exclusivo e incondicional com a pessoa de Jesus. Tal postura exige do discípulo seriedade e comprometimento com a mensagem do Evangelho. A obediência aos preceitos divinos, conforme aponta, é resultado direto da fé: “Só o que crê é obediente, e Só o obediente é que crê”, diz.
Ponto alto de sua narrativa, o contraste entre o que chamou de “graça barata” e “graça preciosa” é um convite para o cristão do século 21 avaliar sua prática de fé e estilo de vida.
A leitura desta obra torna-se uma tarefa imprescindível para todo aquele que se propõe a mesma pergunta que orientava Bonhoeffer: “O que é o cristianismo, ou ainda, quem é de fato Cristo para nós hoje?
Pedro Dulci
A “graça barata”, de acordo com Bonhoeffer, é aquela que não gera mudanças no pecador, a do cristianismo relaxado que não obedece às Escrituras. Conforme afirmou, tal “graça barata” é a inimiga mortal da Igreja e a negação da Palavra viva de Deus: “é a pregação do perdão sem arrependimento do pecador, é o batismo sem disciplina eclesiástica, é a comunhão sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, é a graça sem cruz, é a graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado.”.
Já a graça preciosa é vivida por todos aqueles que se submetem aos preceitos de Jesus, renunciam ao pecado e, se necessário for, suportam o sofrimento por fidelidade a Cristo. Ela é expressa numa atitude de doação, amor, obediência e sacrifício, aquela que carrega a cruz. “A cruz é a compaixão com Cristo, é o sofrer com Cristo. Somente aquele que está unido com Cristo, tal como se dá no discipulado, está de fato sob a cruz”.
“A graça preciosa é o evangelho que sempre se deve procurar, a dádiva que se deve pedir, a porta à qual se tem de bater. ”
Dietrich Bonhoeffer
O lançamento chega às livrarias do Brasil em fevereiro.
Ficha técnica
Editora: Mundo Cristão
Autor: Dietrich Bonhoeffer
Páginas: 256
Formato: 14×21
Ano: 2016
ISBN: 978-85-433-0119-8
Preço: 34,90
Sobre o autor:
Dietrich Bonhoeffer nasceu em Breslau, Alemanha, em 4 de fevereiro de 1906. Teólogo e pastor luterano participou da resistência alemã antinazista e foi membro fundador da Igreja Confessante (ala da igreja evangélica contrária à política nazista), onde atuou como reitor e professor. Após o fechamento do seminário pelos nazistas, Bonhoeffer militou no movimento de resistência a Hitler.
Em 1943, foi preso, acusado de envolver-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler, e acabou enforcado em 9 de abril de 1945, na cidade de Berlim, semanas antes do término do conflito mundial na Europa.
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