O livro O direito à preguiça, escrito por Paul Lafargue, publicado pela editora Edipro e traduzido por Alan Pierre Alban François, relata com excelência o pensamento do autor, que estudou o tema desde o início da humanidade.
Para fortalecer seu pensamento sobre o direito ao ócio como caminho para a construção de um novo mundo, mais humanizado e feliz, Lafargue traçou um itinerário histórico das diversas visões sobre o trabalho até o momento em que foi escrito o seu livro, em meados do século XIX, e em meio às iniciais ideias socialistas, inspiradas no pensamento de Karl Marx e as transformações que vinham ocorrendo com o advento da Revolução Industrial.
No livro, por meio de suas análises, é possível visualizar as profundas criticas ao padrão capitalista emergente, que inspirado nos princípios teológicos e positivistas, exploravam cada vez mais a força de trabalho. O autor acredita que esta atividade deve ser a essência do homem, proporcionando interação com a natureza e satisfazendo necessidades vitais, e não aquele que perde a condição humana e ganha forma de objeto mercadológico, o qual aceita qualquer situação para exercer a ocupação.
Segundo Paul, a preguiça é uma virtude, um elemento fortalecedor do corpo e do espírito dos trabalhadores, pois diante dela, poderão denunciar a maldição do trabalho assalariado e expressar a necessidade de superação. Além do mais, acredita que a liberdade e o lazer da humanidade serão conquistados com a implantação volumosa de máquinas.
Se, erradicando de seu coração o vício que a domina e avilta sua natureza, a classe operária se levantasse na sua força tremenda, não para reclamar os “Direitos Humanos”, que não passam de direitos da exploração capitalista, não para reclamar o “Direito ao Trabalho”, que não é senão o direito à miséria, mas para forjar uma lei de ferro que proíba a qualquer homem trabalhar mais de três horas por dia, a Terra, a velha Terra, transbordante de alegria, sentiria pulsar em si um novo universo… Contudo, como pedir a um proletariado corrompido pela moral capitalista tal resolução viril?
O tradutor, Alan Pierre, realizou diversas pesquisas a respeito dos inúmeros nomes que o autor cita no livro. As referências foram seguras, de modo a ajudar o leitor brasileiro a entender melhor o contexto geral da época e acompanhar claramente a leitura.
A contribuição de Lafargue é de suma importância nos dias de hoje, visto que diante do papel do trabalho na atualidade, suas ideias são dotadas de competência e originalidade, o que torna a leitura do seu livro uma atividade essencial para a compreensão das condições de vida e trabalho da população em um determinado contexto histórico. Além retratar exemplos que vão ajudar homens e mulheres a visualizarem a importância de aplicar o direito à preguiça nas corporações.
Além do seu contexto irreverente, o livro recebeu uma “capa divertida” assinada por Paulo F Damasceno, diretor de Arte da DAVID (Agencia do grupo Publicis) e responsável por campanhas incríveis como Galeria em branco da Faber-Castelll.
FICHA TÉCNICA:
Editora: Edipro
Autor: Paul Lafargue
Páginas: 96
Formato: 14×21 cm
ISBN: 978-85-7283-972-3
Sobre o autor:
Paul Lafargue (1842 – 1911) foi um jornalista, escritor e ativista político francês. Genro de Karl Marx, escreveu O Capital – Extratos, um livro que visava popularizar a obra de seu sogro. No entanto, sua publicação de maior sucesso foi O direito à Preguiça, publicado no jornal L’Égalité. Lafargue e sua esposa, Laura, morreram em 26 de novembro de 1911, em um pacto de suicídio.
Sobre o tradutor:
Nascido em Nice, França, Alain Pierre Alban François vive no Brasil desde 1985 e tem atuado como tradutor e intérprete desde 1994. Estudou na Académie de Marseille e possui bacharelado em Letras pela Unicamp. Já traduziu obras de Marquês de Sade e Paul Ricoeur, entre outros grandes autores, além de ter atuado, como intérprete, em eventos de repercussão mundial. Atualmente, vive em São Paulo e colabora com as revistas Educação e Sociedade e Revista Brasileira de Psicanálise.
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