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Por uma polícia humanizada: teatro é instrumento para dialogar com jovens em situação de rua

Escrivã de polícia, atriz e diretora, Lívia Martins Fernandez ressalta a importância de aproximar as instituições de segurança pública de crianças e adolescentes vulneráveis a partir de ferramentas como a arte

7 de agosto de 2023
Tempo de leitura: 6 mins de leitura

Em um Brasil com mais de 281 mil pessoas em situação de rua, de acordo com pesquisa do Ipea publicada neste ano, uma escrivã de polícia e atriz decidiu tirar o uniforme para se conectar com as crianças e adolescentes que enfrentam este cenário de vulnerabilidade. Lívia Martins Fernandez fez isso por meio da construção de narrativas teatrais ao lado desses jovens e vivenciou situações angustiantes, mas também obteve esperanças com as pessoas que lutam por uma vida mais digna para todos. 

“Durante o meu convívio diário com esses jovens, percebi que eles apanhavam de todo mundo: da família, dos colegas na escola, da polícia, do comércio do tráfico e também de outras pessoas da rua, adultos, principalmente. É uma guerra civil”, afirma em entrevista. Mas a autora do livro Refúgios Sob Guerras: Relatos Sobre Teatrar com Juventudes, além de traçar críticas à realidade, explicita como tem se tornado possível o diálogo entre pessoas em situação de rua e policiais. 

No conteúdo abaixo, ela trata sobre o projeto de teatro com crianças e adolescentes que perdurou por anos e a importância da arte para a humanização das pessoas. Leia: 

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1 – Como o projeto com os jovens em situação de rua mudaram suas perspectivas sobre a vida? 

L.M.F.: Acho que me tornaram uma pessoa melhor e “pior” também. Eu estou rindo agora, pois, quando digo “pior”, estou me referindo a uma certa “rebeldia interna”. Acho que fiquei um pouco mais “sem trava” para falar o que penso sobre certas coisas em nossa sociedade. Estar em uma situação de rua é estar a contrário sensu de muitas regras sociais. Comecei a me ver indagando sobre o sentido de termos uma coisa ou outra, a exemplo de uma roupa de grife.  

Você sabia que alguns meninos e meninas que tiravam um dinheiro bom no tráfico de drogas, compravam roupa de marca e no outro dia jogavam fora? É tipo, “isso é descartável pra mim, é irrelevante diante vida por baixo de nossas roupas e máscaras sociais”.

2 – Você acha que corre o risco de romantizar a vida destas pessoas?

L.M.F: Pois é, não quero fazer isso: não quero romantizar. O que quero dizer é que muitas vezes a presença de uma pessoa em situação de rua incomoda porque ela traz em sua estética aquilo que tentamos esconder “para nos dar bem por aí”; somos animais. Nos adestramos para o bom convívio em sociedade. A gente toma banho, arruma o cabelo, passa perfume… 

3 – Mas se não fossem estas regras, viveríamos sob a égide de uma barbárie?

L.M.F: E já não vivemos em certas situações? Eu sempre digo que a “polícia” é uma construção na cabeça das pessoas. Quantas vezes, na rua ou no balcão, uma pessoa “cidadã” me pede para dar “um esculacho” em alguém para “ver se toma jeito”? Ou então, sai reclamando “que as leis teriam que ser mais duras”? Isso é uma construção social na minha opinião. Posso assegurar que existem mulheres e homens policiais que acreditam e praticam o diálogo e a mediação de conflitos.  

Pergunto: isso dá pauta? Não dá. Consumimos a violência. Ressalto, é a minha opinião. Eu sinceramente acredito que assistentes sociais, psicólog@s, professores, médic@s e policiais que prestam um serviço público às comunidades são educadores sociais. A gente previne e estanca a ferida o tempo todo. Somos trabalhadores e precisamos nos apresentar e sermos reconhecidos como tais, só assim a chave vira.

4 – Você fala sobre uma polícia que media conflitos, mas, em seu livro, há relatos de jovens violentados por policiais. Como perceber esses dois lados?

L.M.F.: Sim, e infelizmente isso não é nenhuma novidade. Durante o meu convívio diário com esses jovens, percebi que eles apanhavam de todo mundo: da família, na escola com os colegas, da polícia, do comércio do tráfico e também de outras pessoas da rua, adultos, principalmente. É uma guerra civil. 

Felizmente podemos respirar um pouco mais com a insurgência de movimentos sociais, como o Movimento de Policiais Antifascistas, que surge justamente porque nestas instituições militarizadas existem trabalhadores que se comprometem com a dignidade das pessoas. Quando todas as portas estão fechadas, a porta da delegacia está aberta. De forma extraordinariamente contraditória, pode acontecer, sim, de uma pessoa em situação de rua encontrar apoio de um policial. No meu caso, resolvi atravessar o balcão para ver quem eram aquelas pessoas sob outra perspectiva.  

A arte faz isso: ela move e amplia sua perspectiva. A arte humaniza. Lembro da sensação de estar trocando de figurino na coxia no espetáculo “Os Meninos da Guerra” e me pegar sorrindo sozinha, enquanto pensava: “‘meninos de rua’ e uma ‘puliça’ trocando de figurino com uns artistas da cidade: que loucura!”. Mas não é loucura. A interdisciplinaridade nos humaniza porque somos transdisciplinares.

5 – Por que o nome do livro é “Refúgios Sob Guerras”?

L.M.F.: A arte é meu refúgio. Sem ela, eu não estaria aqui conversando. Ao longo das minhas oficinas, com juventudes de rua, de abrigo, de escolas e centros culturais, percebi que o fazer teatral era o refúgio para muita gente: menino, menina, mulher, homens, travestis, trans. É igual a Capoeira de Angola, para todo mundo jogar. 

No livro, eu trago um glossário com palavras que entendo serem relevantes nessa minha experiência. “Refúgio” é uma delas… eu fiz uma oficina de teatro com crianças no Recanto das Emas, e, anos depois, uma criança me enviou um áudio dizendo que o “teatro curou a depressão dela”. A criança se viu sob uma outra perspectiva, um outro papel social. Viva Boal! Pra sempre Augusto Boal! 

 Sobre a autora: Lívia Martins Fernandez é formada em Artes, mestra em Cultura e Saberes pelo programa de pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), diretora, atriz e fundadora do Coletivo Cinema Caliandra. Em paralelo à carreira como artista, é bacharel em Direito e trabalha como escrivã da Polícia Civil do Distrito Federal desde 2009. Estreia na literatura com o livro “Refúgios Sob Guerras: Relatos sobre Teatrar com Juventudes”. 

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 Para saber mais sobre o livro “Refúgios sob Guerras: Relatos sobre Teatrar com Juventudes”, clique aqui! 

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