Nos últimos anos, o discurso cristão passou a ocupar mais espaço na esfera pública, mas essa visibilidade nem sempre tem sido acompanhada por responsabilidade no uso da linguagem. Declarações ofensivas, falas que reforçam estigmas e conflitos públicos protagonizados por líderes religiosos revelam uma distorção preocupante: a tentativa de defender valores do Evangelho com termos que contrariam a própria mensagem que se deseja anunciar. A partir dessa análise, Lucas Nascimento, pós-doutor em linguística, lança a obra O veneno da língua: O desafio evangélico de falar a verdade sem ferir.
Com pós-doutorado pela Universidade de São Paulo, o pesquisador investiga o que chama de “veneno da língua”, ou seja, discursos que provocam indignação e humilhação. Ele destaca casos de xenofobia contra nordestinos e ataques a pessoas LGBTIQIAPN+, violência de gênero, racismo e intolerância religiosa como exemplos de falas que violam a dignidade de grupos vulneráveis.
Se os evangélicos desejam ser luz,
precisam se importar com os grupos vulneráveis,
o que inclui a população LGBTI+. Nesse sentido, é
fundamental despertar a necessidade de prestar
atenção cuidadosa aos grupos vulneráveis para
não se cair numa humilhação contestável em
nome de uma crítica aceitável. Para compreender
o princípio de distinção entre “humilhação
contestável” e “crítica aceitável”, peço que
recupere na memória a regra de ouro de Jesus:
‘Em todas as coisas façam aos outros o que vocês
desejam que eles lhes façam’ (Mt 7.12).
O veneno da língua, p. 120
Para mudar esse cenário, a proposta do especialista é adotar uma interpretação mais cuidadosa e aplicar a “presunção de humilhação” para uma comunicação mais ética. É necessário entender que certas falas ou atitudes podem ser humilhantes para quem está em posição vulnerável, mesmo que essa não tenha sido a intenção. Isso, segundo o autor, ajuda a promover mais respeito e proteção para ambas as partes.
Neste lançamento da Editora Mundo Cristão, Nascimento ainda apresenta quatro competências fundamentais para a construção de um discurso sem preconceito: primeiro, ouvir diferentes pontos de vista antes de formar uma opinião; em seguida, definir o objetivo e o formato da mensagem; depois, escolher palavras claras; e, por fim, ajustar o tom e o ritmo da fala ao contexto de cada conversa.
Ao apontar caminhos práticos para uma comunicação mais respeitosa, o pesquisador lembra que falar a verdade sem ferir não é apenas um desafio, mas um compromisso espiritual e social. A obra convida os cristãos a cultivarem uma linguagem que reflita o amor, a justiça e a sabedoria: uma fala que cura e acolhe, mesmo em meio às diferenças.
FICHA TÉCNICA
Título: O veneno da língua
Subtítulo: O desafio evangélico de falar a verdade sem ferir
Autor: Lucas Nascimento
Editora: Mundo Cristão
ISBN: 978-65-5988-471-1
Páginas: 160
Formato: 13,5×20,5cm
Preço: R$ 59,90
Onde encontrar: Amazon
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Sobre o autor: Lucas Nascimento é evangélico, palestrante, pesquisador e professor-adjunto de Linguística na Universidade Estadual de Feira de Santana, atuando no Departamento de Letras e Artes e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, onde orienta programas de mestrado e doutorado. É doutor em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia e pós-doutor pelo Programa de Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo.
Rede social do autor: Instagram
Sobre a editora: Fundada em 1965, a Editora Mundo Cristão é referência na publicação de Bíblias e livros de ficção e não ficção pautados por uma postura teológica cristã equilibrada e histórica. Com um catálogo diverso, a editora promove o crescimento espiritual e pessoal de seus leitores.