Nascido em uma família numerosa no interior de Pernambuco, desde que foi alfabetizado Luiz Cunha sonhava em contar histórias, assim como o imortal Machado de Assis. No entanto, a luta pela sobrevivência o fez priorizar o trabalho para garantir o sustento da família.
Desde cedo, determinado, concluiu o curso ginasial (Fundamental 2) no colégio agrícola e por necessidade, mudou-se para Recife e ingressou na Academia de Comércio de Pernambuco. Foi neste período que começou a carreira profissional como bancário, alcançando o cargo de gerente ainda muito jovem. Nessa função, especializou-se na área de arrecadação de tributos e operações especiais por mais de 20 anos. Depois ingressou no comércio varejista e industrial no ramo de confecções, onde se aperfeiçoou em estratégia de vendas e atuou, também, como presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade de Paulista.
Foram mais de 50 anos de dedicação ao trabalho e à família. Até que, em 2019 quando se aposentou, aos 71 anos, Luiz Cunha decidiu acordar a veia artística que permaneceu adormecida por tantos anos. Desde então, o ex-empresário publicou cinco livros e já trabalha nos próximos projetos literários.
Na entrevista abaixo, o autor fala sobre o início da carreira, influências e as novidades na carreira. Confira:
Você começou a carreira como escritor após se aposentar de outra profissão. Como iniciaram seus trabalhos na literatura?
L.C:Desde muito cedo, sonhava escrever um livro, mas me faltavam além do tempo outros recursos necessários para materializar esse objetivo. Eu costumava rabiscar as minhas histórias e muitas dessas anotações se perderam nas muitas mudanças, pois em uma década morei em quatro estados e ainda trabalhei em períodos curtos em outras cidades. No início do ano 2000 comecei a escrever o livro O Reino de Vênus, mas quando já estava bem adiantado perdi parte dos rascunhos, de maneira que só reiniciei no início de 2019, mas somente o concluí recentemente, porém ainda não foi publicado.
Como está sendo esse processo de começar uma nova carreira depois dos 70 anos?
L.C:Eu não tenho palavras para expressar a minha satisfação, pois só em pensar na possibilidade de parar as minhas atividades, me deixava angustiado, porém com essa nova atividade tudo mudou. Um verdadeiro renascimento e agora me sinto renovado e plenamente realizado.
Além de Machado de Assis, quais outros autores te inspiraram?
L.C:Eu encontrei em Machado de Assis uma magnifica inspiração, pela sua encantadora história, porém em cada momento da minha vida me dedicava a um gênero literário, quando era bancário e também empresário, gostava de ler os livros de OG Mandino, mas tarde me apaixonei pelos livros de Santo Agostinho, Kalil Gibran, Eça de Queiroz e outros.
Você já publicou livros infantis e infanto-juvenis, contos e fantasias. Por que optou por diversificar os gêneros literários?
L.C:Como citei anteriormente, não concentrei as minhas leituras em determinado gênero literário, dessa forma, quando vêm às ideias tento dar curso a elas de acordo com o contexto em que vai se materializando a narrativa e, sobretudo quando são baseadas em algum fato ou experiências vivenciadas. O Fim do Mistério no Palácio do Lago Azul foi um exemplo, pois estava com a história idealizada em minha mente, mas precisava de um cenário que desse a sustentação à narrativa, foi quando em uma viagem à Itália visitei Veneza e ao chegar à Ilha de Murano me deparai com uma paisagem perfeita. Então, tudo se encaixou.
Por fim, quais são os próximos passos que você irá tomar como escritor?
L.C:O meu próximo passo é me consolidar como escritor, pois, às vezes eu me pergunto se realmente posso me considerar um escritor. A resposta nunca é muito clara, mas de uma coisa tenho certeza: sou um contador de histórias. Pois além desses livros já publicados e o romance acima citado, também escrevi um livro de contos e um autobiográfico, já prontos e mais dois em andamento e o meu objetivo principal é compartilhar essas instigantes histórias com o maior numero possível de pessoas.