A Fênix Escarlate é a história de uma mulher com muitas vidas. No século XXI, ela é uma escritora renomada que decide explorar seu lado como feiticeira depois de já ter sido uma bruxa na Suméria, em Jerusalém, em Sevilha e em Paris. Apesar de diferentes tempos históricos e regiões, a protagonista sempre teve um propósito bem estabelecido: o de lutar pela autonomia e pelos direitos femininos.
Obra inaugural de uma saga, Angela Cruz apresenta a trajetória da personagem na antiga Mesopotâmia e na contemporânea cidade de São Paulo. Com arcos narrativos entrelaçados, as duas trajetórias de Blanca convergem em experiências recorrentes entre mulheres de qualquer época, como preconceito, violência e desigualdades.
Na primeira parte do enredo, a narradora da atualidade reconta sua vida do fim para o começo e ecoa inúmeros conflitos sociais. Entre encontros, diálogos e reflexões, percebe o silenciamento das vozes femininas, os impactos dos papéis de gênero e as consequências da objetificação dos corpos. Já o segundo momento retorna para mais de 2 mil anos a.C, quando a protagonista foi perseguida pelo próprio pai, que a considerava marcada por Lilith.
Em todas essas vidas bruxescas, fui maltratada, desrespeitada, humilhada,
destituída de direitos, violentada e condenada. Na maior parte dessas vidas,
morri sem o direito de defesa. Mas em todas elas lutei por mim, por minhas
irmãs mulheres, companheiras e iguais. Ao longo dos tempos, encontrei aliadas
e aliados para essa luta. Descobri maneiras e desenvolvi estratégias para me
desviar de maldades e conseguir alcançar alguns benefícios, privilégios ou
vitórias sobre malfeitores, dominadores ou contra quem pudesse nos causar males.
A Fênix Escarlate, pg. 11
Entre ficção e realidade, Angela Cruz introduz detalhes sobre bruxaria e as diferentes perspectivas que adquiriu com os anos. “A obra é permeada pela prática da bruxaria, uma filosofia de vida que está entranhada na sociedade, na alma humana, em todos os cantos do mundo. Ela existe desde sempre e se transmutou por séculos, ora sendo aclamada como única salvação, ora execrada como algo odioso”, explica.
O livro desconstrói a imagem das feiticeiras e as aproxima do cotidiano. Entre as páginas, os leitores percebem como esses costumes místicos estão presentes de forma recorrente: no desejo de que uma situação aconteça na vida de alguém ou no poder do amor para transformar o mundo. A partir dessa conexão, a saga reforça que o trabalho em prol das mudanças sociais pode até ser guiado pelas feiticeiras, mas é ecoado em todas as pessoas que tornam a equidade e a justiça um compromisso diário.
FICHA TÉCNICA
Título: A Fênix Escarlate
Subtítulo: Blanca de Lagash
Autora: Angela Cruz
ISBN: 978.65-5872-991-4
Páginas: 372
Preço: R$ 72,84 (físico) | R$ 24,90 (e-book)
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Sobre a autora: Angela Cruz é advogada e professora universitária aposentada. Doutora em Direito, mestre em Educação Escolar e bacharel em Ciências Sociais e Ciências Jurídicas, sempre sonhou em escrever. Publicou coletivamente obras como “Os Gomes Regateiro no Brasil: histórias da imigração portuguesa” (2016) e “Depois da Festa: histórias e memórias dos egressos do Curso de Direito” (2021). Hoje, dedica-se integralmente à literatura e estreia na ficção com a saga épica A Fênix Escarlate. Nascida em Itajobi/SP, é mãe de três filhos e avó de quatro netos.
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