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Uma história de rejeição e hipocrisia no Brasil de 1930

*Lenah Oswaldo Cruz

13 de julho de 2023
Tempo de leitura: 3 mins de leitura

A sociedade moralista das décadas 1930, 40 e 50 condenava qualquer relacionamento que não seguisse os padrões familiares vigentes. Era também particularmente cruel com as mulheres desquitadas, estigmatizando-as por ter seu casamento desfeito, afinal ela era a “responsável” pelo fracasso do relacionamento, acusada por todos e isolada pelos casais constituídos. A tensão social era forte, mas o assunto velado.  

No meu caso, filha de pais desquitados, havia um agravante muito maior. Desde os seis anos de idade me senti gauche, como o anjo torto do verso de Carlos Drummond de Andrade. Minha família se mudou de Ipanema para um apartamento no novo bairro de Laranjeiras e, no dia seguinte à mudança, enquanto meus pais arrumavam as coisas, pedi para descer e brincar com as crianças que vira pela janela. Cheguei devagar junto ao grupo de meninas e, quando quis dar a mão a uma delas para brincar de roda, ouvi: 

– Você não pode! Não brinco com você, porque é filha de padre!  

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Meu pai era padre beneditino, um intelectual, reconhecido e admirado pela sociedade e comunidade eclesiástica de São Paulo. Foi o primeiro diretor da recém fundada Faculdade Católica de Filosofia de São Bento, quando minha mãe, uma bela jovem da sociedade carioca, entrou para a faculdade como sua aluna. Era o ano de 1935 e a paixão os arrebatou.  

No livro “A Voz do Tempo”, conto essa história que se tornou um escândalo na época, mas foi completamente abafado pelo teor inusitado e vergonhoso do fato. Eles e as famílias tiveram que se mudar de São Paulo, pela perseguição e rejeição ostensiva, e a vida tomou novos rumos que o destino traçou até a conflituosa separação deles. Eu e meu irmão, frutos desta paixão proibida, sentimos na pele os reflexos da hipocrisia social, sendo desprezados inclusive pelos próprios pais, que pareciam se arrepender das escolhas da vida. 

Antes de morrer meu pai pediu-me que fosse enterrado com a batina branca e dourada com a qual se sagrara sacerdote. Quando fui procurar, encontrei um embrulho com cadernos em que deixara escrita a história de sua vida.  

Esse manuscrito revelou a mim todo um passado, desde 1880, a partir de meus avós até o dramático desfecho do relacionamento de meus pais. Foi quando percebi que, por mais dolorosa que seja, essa história deveria ser contada. Mesclada à minha memória, tentei, como numa catarse, a reconstrução da nossa vida, para entender por que meus pais – ambos cultos, brilhantes intelectuais e profissionais dedicados à educação –, rejeitaram a nós.  

Embora pareça uma saga de família ou a história de um escandaloso caso de amor, ou ainda uma memória pessoal, é, em essência, a história entre o desamparo e a resiliência de um coração humano. 

 

*Lenah Oswaldo Cruz é bibliotecária, empresária e especialista em turismo. Hoje, aos 83 anos, conta a história dos pais Dora e Luiz na autobiografia A Voz do Tempo. 

Redação LC

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