Passada toda a animação das festas de Natal e Réveillon, fica claro que se livrar de sentimentos como estresse e melancolia não é tão fácil quanto virar a página do calendário. Entra ano, sai ano, as pressões sociais e exigências por alta produtividade continuam a afetar o emocional de toda a população.
Indivíduos que já enfrentam transtornos como depressão e ansiedade podem ser mais vulneráveis a sentirem-se sobrecarregados, principalmente com a influência das redes sociais. Isso porque elas podem amplificar a sensação de inadequação ou de não atingir padrões, especialmente quando as pessoas comparam suas experiências com as imagens idealizadas que outras postam online.
Autoconhecimento, gerenciamento de ansiedade, e, se necessário, acompanhamento psicológico, são ferramentas importantes para preservar a saúde mental ao longo de todo o ano.
A Ciência do Play também é um dos caminhos para amenizar o impacto dessa carga negativa. Brincar e viver atividades lúdicas pode ajudar a reduzir tensões, promover a resiliência e inteligência emocional e aumentar a sensação de conexão com outros. Com a liberação de endorfinas, hormônios que promovem sensações de felicidade e bem-estar, caem os níveis de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, o que proporciona um alívio natural e saudável.
Nesse sentido, o Playfulness ajuda a manter uma perspectiva positiva, cultivando leveza mesmo em tempos desafiadores. Há diversos pilares que ajudam nessa missão. Um deles é reduzir o estresse, ou seja, desviar a mente e os pensamentos das preocupações e tensões.
Outro aspecto importante é a resiliência emocional. Ao promover uma atitude lúdica, estamos, de fato, treinando nossa mente para abordar a vida de uma maneira mais flexível e criativa. Isso nos ajuda a ver desafios sob uma nova luz, encontrar soluções inovadoras e recuperar-nos mais rapidamente das adversidades.
Manter conexões sociais também é fundamental. A ludicidade frequentemente envolve interações sociais cruciais para a nossa saúde. Participar de jogos, esportes ou atividades grupais pode fortalecer os laços sociais e proporcionar um senso de pertencimento.
Em tempos desafiadores, encontrar esses momentos de alegria e conforto é vital. Só assim nos damos conta de que a felicidade não reside em expectativas exacerbadas e comparações descabidas com outras pessoas, mas na conexão com o eu e com aqueles que nos cercam.
Lucas Franco Freire é psicólogo e autor do livro “Playfulness:
Trilhas para uma vida resiliente e criativa”