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O último parágrafo

*Proença

31 de julho de 2025
Tempo de leitura: 3 mins de leitura

Durante anos, ela viveu de palavras. Moldava frases igual artesão esculpe madeira: com paciência, com dor, com alma. Seus personagens tinham peso; seus silêncios, voz; suas histórias, carne. 

Podia-se dizer que seus escritos produziam algo nutritivo à alma. Não continham apenas pão. Havia bife no interior daqueles sanduiches ensandecidos 

Era escritora; dessas da antiga, que escrevem mesmo quando ninguém lê. 

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Ela não lembrava do seu nome anterior, mas às vezes sonhava com lugares que nunca visitou: uma vila à beira-mar onde o vento trazia cheiro de sal e tristeza. 

Diziam que reencarnação era crença dos que têm medo do fim. Mas para ela era esperança dos que já viveram demais. Algo dentro dela sussurrava que o tempo não era uma linha reta, mas um círculo. 

Na vida atual, buscava sentido nos encontros: nas amizades instantâneas, nos olhares que duravam um segundo, mas carregavam séculos. Acreditava que tudo tinha um porquê, mesmo que esquecido; que enterrado na poeira de outra existência. 

Talvez tivesse sido mãe, guerreira, poetiza ou algo mais simples: uma lavadeira que cantava à beira do rio. Não importava. 

No fundo, ela sabia: a morte não era um fim. Era só intervalo entre dois atos; e a alma, essa inquieta viajante, sempre encontra o caminho de volta ao palco da vida. 

E era na literatura que encontrava uma maneira de deixar a crença metafísica se tornar uma engrenagem sensível e poderosa. Ao criar personagens que retornam em diferentes épocas, em corpos distintos, mas com fragmentos de alma que resistem ao tempo, ela desenhava uma tapeçaria emocional que atravessava séculos e, nessa travessia compartilhada com os leitores, contava a sua própria história que estava ali encoberta na intimidade do inconsciente. 

Mas o mundo mudou. Vieram as máquinas. Rápidas, incansáveis, versáteis. Produziam contos, ensaios, romances em segundos. Sabiam imitar estilos, repetir fórmulas de sucesso, prever gostos. E o que antes era arte virou algoritmo. 

Ela resistiu. Tentou provar que alma não se programa, que há coisas que só o humano compreende: a hesitação do amor, a culpa silenciosa, o vazio de uma perda. Mas as editoras se renderam aos dados, os leitores aos atalhos. Sua voz, outrora buscada, tornou-se obsoleta; lenta demais, profunda demais. 

Com o tempo, não havia mais por quem escrever. Nem para quê. Restou-lhe apenas o silêncio e uma folha em branco, onde escreveu, sem pressa, seu último parágrafo. Não para um leitor, não para um algoritmo. Para si mesmo. 

*Proença é economista de formação e trabalhou por mais de 30 anos em uma
das maiores instituições financeiras do país. Agora aposentado, dedica-se a
carreira de escritor e publicou um livro infantil, dois de contos e dois romances,
sendo o mais recente
“O canto do amor eterno”.

Redação LC

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